O que não se aprende na escola

Achei oportuno abordar um assunto um pouco fora dos que normalmente escrevo neste local. Costumo abordar temas mais técnicos, enfocando como as organizações podem melhorar e otimizar seus processos de negócio e questões gerenciais para planejamento e controle. Hoje gostaria de compartilhar alguns pensamentos e reflexões envolvendo a importância da educação que recebemos em casa, da nossa família, na formação da nossa vida profissional e impacto na convivência em grupos de trabalho.

Pensando bem, no fundo, estes temas estão intimamente relacionados. As empresas/organizações são feitas pelas pessoas que executam seus processos de trabalho. Os resultados, produtos e serviços gerados são diretamente proporcionais a formação, índole, honestidade, comprometimento, asseio, conhecimento, dedicação e cultura da equipe. Você gostaria de trabalhar lado a lado com uma pessoa desonesta? Ou que passa dias sem tomar banho?

A cultura de cada país, região, e principalmente a família moldam as crianças no seu modo de vida e a forma com que irão, no futuro, se relacionar profissionalmente e socialmente. Ensinamentos elementares de higiene, limpeza, respeito, organização e moral, entre outros, são estruturados nos primeiros anos de nossas vidas e são fruto da convivência com nossa célula familiar. Em ambientes desestruturados e com diversas carências básicas, é muito complicado conseguir formar cidadãos razoavelmente preparados para o mercado de trabalho. Lavar as mãos, colocar as coisas nos lugares corretos, respeitar os mais velhos, cumprir deveres e horários, colocar o lixo no lixo são apenas algumas atitudes que não são comuns e corriqueiras para muitas pessoas. Aliado a este contexto emblemático podemos adicionar a qualidade do ensino fornecido por nossas escolas em todos os níveis. Estamos brincando de fazer educação. Educação pública de baixa qualidade, falta de recursos, professores desmotivados e tudo que você já conhece muito bem.

E quais os reflexos que estas questões provocam nas nossas organizações?

Quando um cliente pede uma informação ou tem alguma dúvida que necessite a nossa ajuda, gostaríamos que os atendentes fossem ágeis e corretos para solucionar as questões. Não queremos que fiquem “enrolando” ou fazendo pouco caso da demanda. Muito menos desligar o telefone na cara do cliente.

Os cuidados com os materiais e ferramentas de trabalho são relevantes para que as atividades sejam executadas com qualidade. É muito simples e rápido perceber quais funcionários cuidam dos seus equipamentos e quais são relaxados e não estão nem aí. Perdemos muito tempo procurando coisas que não são guardadas nos locais corretos. Por que algumas pessoas não devolvem as coisas para o lugar do que foram retiradas?

O não cumprimento de prazos na entrega das atividades e atrasos recorrentes em reuniões e compromissos firmados são outros aspectos que impactam na produtividade. Quando nos comprometemos a executar alguma coisa, devemos ter responsabilidade com a pontualidade. Outras pessoas estão dependendo do nosso trabalho e aguardando nossa presença. No mínimo, é falta de respeito.

Os diversos casos de corrupção e roubo que estamos acompanhando nos noticiários são exemplos claros da profunda falha que nossa sociedade tem na formação das pessoas. Parece que TODOS estão envolvidos ou comprometidos com diversos delitos. Certamente estes problemas não são restritos ao nosso governo, à Petrobras e às grandes empreiteiras. Você não acha que isto também possa estar acontecendo na sua organização?

Então o que podemos fazer para tentar minimizar este cenário? Será que existem alternativas?

Os valores e princípios sociais até podem ser aprendidos fora do meio familiar, porém envolvem muita dedicação e empenho. Já conheci algumas organizações em que os funcionários participavam de uma série de treinamentos focados nas suas tarefas diárias e alguns conteúdos “elementares de higiene e organização” eram incorporados no currículo. Uma certa forma de resolver carências que deveriam ter sido providas por seus pais. O problema é que, mais uma vez, nossas organizações é que pagam os custos para termos pessoas mais qualificadas e melhores.

Se você é pai, mãe ou responsável pela educação de alguma criança, tenha em mente que você deve preparar seu filho para a vida. Ele deve conseguir caminhar com as próprias pernas e ser capaz de conviver em harmonia com outras pessoas. Ensine seu filho, desde pequeno, a ter tarefas e responsabilidades assim quando ele chegar ao mercado de trabalho estará mais apto e preparado para os desafios que o esperam.

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Até o próximo artigo.

Klaus Dieter Wachter

31/10/16

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